Brasília – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ontem que a reforma da Previdência deve ser votada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) até 27 ou 28 de março. A comissão será instalada hoje, e a proposta começará a tramitar. Se for aprovada, passa a ser analisada em uma comissão especial.
Para Maia, o diálogo sobre a reforma está avançando e o projeto vai ficando mais claro. “Os parlamentares vão entendendo a importância da votação da matéria”, disse.
O presidente foi questionado sobre a liberação de emendas pelo governo em troca da aprovação da reforma e também de cargos. “Não estou sabendo sobre liberação de emendas. Há uma tramitação normal das emendas impositivas que é feita independentemente do governo, vai se criando um debate sobre algo que não existe”, disse.
Sobre o “banco de talentos”, ele afirmou que sempre foram feitas nomeações técnicas para o governo, embora, alguns possam “ter errado no nome”. Maia elogiou o ministro da Economia, Paulo Guedes, e disse que, apesar de ele nunca ter feito política, tem sido bom articulador. Para ele, o protagonismo da reforma é de Guedes e do presidente Jair Bolsonaro. “É importante que o governo assuma esse protagonismo”, disse. “Se eles não lideram esse processo, dificulta muito a tramitação e a votação da matéria na Câmara dos Deputados”, disse.
Maia afirmou que, sobre o pacto federativo, tem receio “de que alguns foquem num tema e esqueçam do outro”. “Fico preocupado porque para um governador desvincular o orçamento em seu estado, talvez resolva o problema nos quatro anos dele e ele possa abrir mão da Previdência”, disse. Para Maia, se o problema de curto prazo de alguns estados for solucionado, pode “tirar a vontade” de votar a Previdência. “Essa é minha preocupação. Agora, acho que pode tramitar junto e pode avançar”, disse.