Os juros bancários médios dos empréstimos para pessoas físicas avançaram 1,3 ponto percentual em fevereiro, para 41,2% ao ano. É o maior patamar desde fevereiro de 2012 (41,7% ao ano), segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central.

A alta na taxa média foi puxada pelo aumento dos juros cobrados pelo uso do cheque especial e do crédito pessoal não consignado. A taxa do cheque especial subiu 2,6 pontos percentuais, para 156,6% ao ano, e do crédito pessoal, 3,4 pontos percentuais, para 94,6% ao ano.

O aumento dos juros bancários acompanha o ciclo de aperto monetário iniciado pelo Banco Central, para tentar conter o crescimento da inflação. Desde então, a Selic passou de 7,25% para 10,75% ao ano.

Os dados do BC mostram que o uso do cartão de crédito com pagamento à vista caiu 6%, para um volume total de R$ 100,5 bilhões em fevereiro. Mas os brasileiros aumentaram a procura pelo cartão de crédito rotativo e cheque especial, duas modalidades de crédito que estão entre as mais caras do mercado.

“As pessoas usam essa renda adicional do 13º salário e do final de ano para sair do rotativo e do cheque especial. Todos os anos, em dezembro, a gente observa uma queda deste saldo, que volta a crescer gradualmente em janeiro e fevereiro, por causa dos compromissos do início de ano”, disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.

No caso do cartão de crédito rotativo, cuja taxa de juro média supera 200% ao ano, o estoque em mercado somou R$ 27,82 bilhões, uma alta de 6,4% sobre janeiro. O volume de crédito do cheque especial em mercado avançou 1,2%, para R$ 22 bilhões.

Os dados são do crédito com recursos livres, em que as instituições têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros.

Inadimplência recua pelo segundo mês

A taxa de inadimplência das pessoas físicas, nos empréstimos bancários com recursos livres recuou pelo segundo mês consecutivo em fevereiro deste ano e atingiu a menor marca em quase três anos.

No mês passado, a taxa somou 6,5%, abaixo dos 6,6% registrados em janeiro de 2014. O patamar do último mês é o menor desde abril de 2011 (6,4%), ainda segundo números da autoridade monetária.

Os dados do Banco Central mostram ainda que, nos últimos 12 meses, a inadimplência nesta modalidade recuou 1,2 ponto percentual – visto que somava 7,7% em fevereiro do ano passado.

Com informações Metro e Cleto Gomes- Advogados Associados