Em 2015, foram incluídos 6.428 MW de energia nova ao Sistema Interligado Nacional (SIN), acima dos 6.410 MW previstos de expansão no ano, de acordo com dados divulgados pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), em nota informativa de sua primeira reunião de 2016, realizada nesta quarta-feira (13/01).
O risco de déficit de energia para 2016 também foi anunciado pelo colegiado, permanecendo em zero nos subsistemas Sudeste/ Centro-Oeste e Nordeste, nos dois cenários avaliados. Dados de risco abaixo de 5% são inerentes ao sistema e a projeção aponta a suficiência de suprimento e segurança do SIN neste ano, em patamar mais favorável ao que foi previsto no mesmo mês de 2015 pelo colegiado, quando o risco de déficit de energia era de 4,9% no subsistema Sudeste/Centro-Oeste e de 1,2% no Nordeste.
Na última reunião do CMSE de 2015, em 9 de dezembro, foi divulgado que a expansão da capacidade somava 5.170 MW até a data, com a expectativa de entrada em operação de aproximadamente mais 800 MW de potencia instalada, que já estavam em fase de testes, ainda em 2015. Com a confirmação da entrada em operação de novas máquinas na última quinzena do ano passado, nos empreendimentos listados abaixo, a meta de geração nova em 2015 foi superada.

Veja abaixo a nota completa

Nota Informativa de 13 de janeiro de 2016

O sistema elétrico apresenta-se estruturalmente equilibrado, devido à capacidade de geração e transmissão instalada no país, que continua sendo ampliada com a entrada em operação de usinas, linhas e subestações, considerando-se tanto o critério probabilístico (riscos anuais de déficit), como as análises com as séries históricas de vazões, para o atendimento da carga prevista para 2016, de 64.573 MW médios de energia.
O Sistema Interligado Nacional – SIN, dispõe das condições estruturais para o abastecimento do País, embora as principais bacias hidrográficas onde se situam os reservatórios das regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste tenham enfrentado uma situação climática desfavorável. Considerando o risco de déficit de 5%, conforme critério estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Energética – CNPE, há sobra estrutural de cerca de 9.359 MW médios para atender a carga prevista, valor esse atualizado com as datas de entrada em operação das usinas para os próximos meses e a projeção de demanda. Em 2015, entraram em operação 6.428 MW, montante ligeiramente superior ao total de 6.410 MW de capacidade de geração previstos. Os empreendimentos computados desde a última reunião deste Comitê estão listado na tabela a seguir.
Segundo informações do CEMADEN e INPE/CPTEC, no mês de dezembro de 2015 predominaram chuvas acima da média nas bacias do subsistema Sul. No subsistema Sudeste, choveu acima da média nas bacias dos rios Paraná e Paranapanema e abaixo da média nas bacias dos rios Tietê, Grande e Paranaíba. As bacias dos subsistemas Nordeste e Norte apresentaram chuvas abaixo dos valores médios históricos. Consequentemente, as afluências verificadas foram 99%, 28%, 294% e 29% da média histórica das regiões Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Norte, respectivamente.
Em reunião realizada em 05 de agosto de 2015, o CMSE deliberou pelo desligamento das usinas térmicas com custo variável unitário (CVU) acima de R$600/MWh, por segurança energética. O ONS deverá continuar efetuando o acompanhamento das condições hidroenergéticas do SIN visando, em função da sua evolução, propor ao CMSE a definição da geração térmica necessária para a garantia do atendimento energético do SIN.
Considerando a configuração do sistema do Programa Mensal de Operação – PMO, de janeiro de 2016, e simulando-se o desempenho do sistema utilizando as 83 séries de energias afluentes observadas no histórico[i] e quatro reservatórios equivalentes de energia, considerando tanto o despacho das térmicas por ordem de mérito quanto o despacho das térmicas até o CVU de R$600/MWh, até o final da estação úmida, obtêm-se valores para o risco de qualquer déficit de energia iguais a 0,0%, para as regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste[ii]. Com base nas análises efetuadas, observa-se que as condições de suprimento de energia do Sistema Interligado Nacional se mantiveram estáveis em relação ao mês anterior.
Mesmo com o sistema em equilíbrio estrutural, ações conjunturais específicas podem ser necessárias, em função da distribuição espacial dos volumes armazenados, cabendo ao Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS a adoção de medidas adicionais àquelas normalmente praticadas, como aquelas adotadas em 2014 e 2015, buscando preservar os estoques nos principais reservatórios de cabeceira do SIN.


Além das análises apresentadas, outras avaliações de desempenho do sistema, utilizando-se o valor esperado das afluências e anos semelhantes de afluências obtidas do histórico, indicam suficiência de suprimento energético neste ano.
O CMSE, na sua competência legal, continuará monitorando, de forma permanente, as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País.

Com informações MME e Cleto Gomes – Advogados Associados