A companhia aérea TAM, que pertence ao grupo Latam Airlines (LAN/TAM), anunciou, ontem, que reduzirá entre 8% e 10% suas operações no Brasil até o fim do ano. Tal medida foi atribuída à desaceleração do setor, provocada por um cenário de aumento da inflação e alta do dólar em relação ao real. No entanto, a empresa não citou um horizonte de meta a atingir.
No comunicado entregue à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informou que as rotas que sofrerão redução ainda estão “em definição”, mas que não deixará de voar para nenhum dos destinos nos quais opera atualmente. Em 2014, a TAM reduziu a capacidade em voos no Brasil em 1,4%, depois de, em 2013, ter reduzido 8,4% e, em 2012, ter reduzido 1,1%. No primeiro trimestre deste ano, a Latam – companhia consolidada que é integrada pela TAM e a LAN – registrou um prejuízo líquido de US$ 40 milhões.
Impactos
A estimativa da empresa é que a redução das operações signifique o corte de cerca de 2% de seu quadro de funcionários, já incluindo a “rotatividade natural” da empresa – atualmente, são cerca de 28 mil trabalhadores da companhia. Ainda de acordo com a TAM, as demissões não afetarão a tripulação, devido aos planos de crescimento de médio prazo da aérea, que promete apoiar os demitidos com recolocação profissional, por meio de consultorias especializadas.
O setor aéreo brasileiro tem apresentado desaceleração da demanda, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), destaca a TAM. Adicionalmente, dados do relatório Focus do Banco Central, indicam que o mercado projeta uma retração ainda maior do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, em 2015, com estimativa revisada de queda de 1,5% para 1,7%. Também projetam que a inflação deva fechar o ano acima dos 9% e o dólar deve manter a tendência de alta em relação ao real.
Ajustes
Esta decisão foi tomada como forma de encarar a crise que vem atingindo os mais variados setores da economia brasileira. “A TAM está tomando esta medida para enfrentar um contexto econômico difícil no Brasil, por isso se faz necessário buscar ajustes de malha, sem prejudicar a conectividade dos nossos passageiros e fortalecendo ainda mais a nossa competitividade no País”, explicou a presidente da TAM, Cláudia Sender, em comunicado.
“Seguimos acreditando na retomada do crescimento do nosso País e essa adequação não afeta a estratégia de longo prazo da empresa, que inclui a renovação da frota, o projeto de estudo de viabilidade do HUB (centro de conexão e distribuição de voos) Nordeste e de contínuo fortalecimento dos HUBs de Brasília e São Paulo/Guarulhos”, acrescentou. A empresa revisou, ainda, sua previsão de oferta, medida em assentos/quilômetro oferecidos (ASK) no mercado doméstico neste ano, para uma retração de 2% a 4% em relação a 2014, contrariando a previsão anterior de estabilidade.
Com informações FIEC e Cleto Gomes- Advogados Associados.
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