O número de processos ajuizados na Justiça do Trabalho despencou mais de 50% após a reforma trabalhista – que promoveu mais de 100 alterações promovidas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – entrar em vigor. De um total mensal que costumava passar com facilidade da casa de 200 mil, as ações recebidas em primeira instância por tribunais trabalhistas de todo o país caíram para 84,2 mil em dezembro, primeiro mês completo da nova legislação.
Além de não ser nem metade do volume processual registrado nos meses de dezembro de 2015 e 2016, o número do último mês do ano passado é o menor num levantamento feito pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) com exclusividade para o Estadão/Broadcast com dados mensais dos últimos três anos.
Em novembro passado, por outro lado, o ingresso de ações trabalhistas em varas do Trabalho alcançou o pico da série trienal: 289,4 mil. As dúvidas sobre como a nova lei seria aplicada pelos juízes e o maior rigor trazido pela reforma no acesso ao Judiciário causaram, primeiro, antecipação e depois, com as novas regras em vigor, paralisia das ações trabalhistas.
“Os advogados preferiram, como é natural, lidar com o conhecido e evitar os riscos do desconhecido”, disse Estêvão Mallet, professor de Direito do Trabalho da USP, ao jornal “O Estado de SP”. Ele completa: “Com a reforma, é natural aguardar algum tempo para ter mais elementos a lidar nos novos processos”.
FONTE: ESTADO DE SP