Pequena recuperação do emprego, mas com baixa de qualidade nas contratações como um dos efeitos da reforma trabalhista aprovada neste ano pelo Congresso Nacional. E, em contrapartida, manutenção da baixa inflação, ao patamar de 4% ao ano, além de aumento na contratação temporária, maior informalidade no mercado de trabalho e baixa remuneração sem garantia de permanência no emprego. Este é o cenário esperado pelo economista Luiz Moura, supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em Sergipe, para o novo ano que se inicia em primeiro de janeiro próximo.
Na ótica do economista, a reforma trabalhista estimula os contratos informais, com tempo parcial correspondente à carga horária. “O que é ruim para a economia porque são contratos com remuneração baixa, sem garantia de permanência no mercado de trabalho”, avalia o economista. O processo eleitoral, que ocorrerá em outubro, estimulará a economia, no entanto de forma limitada por estar vinculada ao orçamento pública, que enfrenta grave crise.
As previsões do economista indicam mudança na economia brasileira, com pequena recuperação da atividade econômica e redução das taxas de juros, anunciada pelo Banco Central. “Em 2017, tivemos uma excelente produção agrícola, o que acabou beneficiando a queda no preço da cesta básica”, observou. Em contrapartida, a inflação poderá ser maior, em 2018, do que os 3% registrados neste ano de 2017. “Porque a própria dinâmica de consumo vai recuperar a margem de lucro, com aumento da gasolina, do gás e da energia elétrica. Há uma euforia de crescimento na economia, mesmo que tímida”, analisa.
A inflação deve se fixar no patamar dos 4%, um índice considerado baixo. Mas, conforme enaltece o economista, com um grave problema, que se destacou em 2017 e insistirá em martelar os brasileiros: o desemprego. Luiz Moura também demonstra preocupação com a renegociação da dívida dos Estados junto à União. Em Sergipe, por exemplo, o Governo do Estado emplacou lei estadual que prevê o congelamento de despesas, que poderá implicar congelamento de salários do funcionalismo público, um importante segmento propulsou da economia do Estado.
Combate
O economista Luiz Moura avalia que a inflação foi contida no ano de 2017, mas com medidas desencadeadas em 2016 e em 2017, decorrentes de “ajuste fiscal pesado, que provocou uma das maiores taxas de desemprego da história”. Segundo Moura, em Sergipe, 2017 se encerra com o registro de uma taxa de desemprego no patamar 13%, um índice que se tornou o maior já verificado nos últimos dez anos. “E no Brasil, temos entre 13 a 14 milhões de trabalhadores desempregados”, ressaltou.
As medidas desencadeadas em 2017, conforme o economista, provocaram queda na renda e no consumo, com as empresas baixando preços para atrair clientes. E, neste aspecto, se tem um cenário mais otimista para o exercício de 2018, apesar da presença do fantasma do desemprego ainda povoado o mercado.
FONTE: INFONET